Magnus Nascimento
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Edilson França reconhece que falta controle
sobre os presos.
Eles ficam soltos no pátio de Alcaçuz |
Na segunda maior fuga da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, desde que foi fundada, há 17 anos, 32 homens que cumpriam pena no Pavilhão 2 ganharam as ruas ilegalmente na madrugada de ontem. O modo foi o mesmo usado desde 2001: através de túneis ligando o pavilhão à área externa da maior unidade prisional do Rio Grande do Norte. No momento da fuga em massa, das 11 guaritas que cercam a casa carcerária, 10 estavam ocupadas por sentinelas (soldados da Polícia Militar). Na área externa, porém, nenhuma viatura da Força Nacional, trazida para o Estado após a onda de rebeliões do dia 16 de março para reforçar o policiamento ostensivo, impediu a ação dos apenados.
De acordo com Dinorá Simas, diretora da Penitenciária, os sentinelas notaram uma movimentação atípica no Pavilhão 2 por volta das 4h30 de ontem e dispararam tiros de alerta. Entre os fugitivos estão homicidas, assaltantes, traficantes e ladrões. Até o fechamento desta edição, somente três haviam sido recapturados por policiais militares em diligência nas cercanias da unidade prisional. “É a primeira fuga em quase três anos. Ficaram no Pavilhão, ainda, 166 homens. Todos fora das celas, por causa da destruição durante as rebeliões do mês passado”, detalhou Dinorá Simas. Com quase mil homens cumprindo pena fora das celas e com estruturas de túneis abertas no subsolo, Alcaçuz é a penitenciária na situação mais crítica do Sistema Prisional potiguar.