UMA "COISA" QUE NÃO MUDA
É com muita pena que vejo e escrevo agora sobre uma coisa
- já que se fala tanto em coisa. Essa é uma coisa que não muda, que não
tem mudado, infelizmente. Essa coisa é a consciência do eleitor que não
muda, que só pensa em obter vantagens com o seu voto, fazendo do mesmo
um negócio.
É lamentável que isso ainda aconteça nos nossos dias. É
um círculo vicioso que nunca acaba: o eleitor procura quem compra e o
candidato procura quem venda. Eu até achava que um dia essa coisa fosse
mudar, mas não mudou. O eleitor, por sinal é até mais viciado que os
candidatos, claro, os que se propões a esse tipo de coisa. Não são
todos.
Tenho escutado muito, tanto no campo, como na cidade, frases
como estas: "Só voto se me derem alguma coisa". Fulano é muito fraco:
pedi-lhe um milheiro de tijolos, mas ele disse que só me daria se fosse
eleito”. “Não sou besta; ou me dão o que quero, ou não voto.” Então,
meus amigos, minhas amigas, como mudar uma Nação, um Estado, um
Município com cidadãos assim; que não têm consciência da importância do
voto?
O eleitor deveria deixar mais de lado as questões pessoais, as
coisas pequenas, e pensar mais na coletividade; deveriam procurar
conhecer mais a fundo os candidatos e suas propostas. Deveriam escolher
aqueles que têm compromissos com a educação, a cultura,a saúde, a
segurança e
mais respeito com o povo.
Acho que Deus deve está
muito chateado com essa atitude, essa falta de consciência desses
eleitores. Num trabalho poético meu publicado na última eleição,
intitulado “O Valor que o Voto Tem”, há uma estrofe que diz assim:
Quando o eleitor se vende
Deus deve ficar zangado
Pois o Supremo Arquiteto
Não quer vê seu povo amado
Sofrer nas mãos do maldito
Quem vota certo é bendito
Por Deus é abençoado.
Como vemos na poesia, até Deus fica
zangado com o eleitor que vende seu voto. É incrível como essa coisa não
mudou e parece que não vai mudar tão cedo. Pelo menos, essa é a nossa
opinião.
João Maria de Medeiros é professor, poeta e crônica.